segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Sobrevivência

Viver já é em si, é uma busca incessante por sobrevivência. Não quero retratar aqui, da sobrevivência primitiva, aquela que atende as necessidades básicas do ser humano como organismo vivente. Mas o que é sobrevivência ?Abandonemos por um instante conceito de pura sobrevivência, para irmos um pouco além. Para melhor ilustrar a idéia, vamos usar "destaque" como sinônimo, mesmo não sendo a palavra mais apropriada, ela é suficiente.
Se pararmos 10, 15 minutos(não mais que isso é necessário) para observar como as coisas funcionam nos diferentes cenários da nossa vida, variando de uma simplória mesa de bar com nossos amigos pobres(ou nós mesmos somos o pobre) até uma ficcão de conquista social em algum evento da high society, percebemos a mesma coisa! Quase sempre e invariavelmente a intenção de se obter algum tipo de prestígio, de encontrar no(s) outro(s) alguma habilidade implicíta de si próprio... Por isso eu gosto tanto da idéia de que, em certos casos, como num estádio de futebol, o legal, o gostoso, é ser igual, é usar a mesma camisa, é cantar a mesma música, é comemorar ou ficar frustrado pelo mesmo motivo, independente das qualidades que por vezes procuramos transparecer. A intenção aqui não é discutir a origem desse fato, nem aprofundar em sua questão existencial, mas chamar atenção para a sua aplicação na sua vida, como sendo um ser social. Esse tipo de coisa, molda nossos comportamentos? Sem dúvida! Basta notar o quão nossos comportamentos variam, de acordo com o cenário e pessoas nele inseridas. E isso é tão óbvio, que quase não se precisaria falar.
Já fui questionado em função de gostar de algumas coisas ligeiramente estranhas, como UFC(luta livre, onde o pau quebra de verdade), Mundo Z(zumbi), etc. E não é de hoje que eu relaciono esses hobbies, como uma representação mundana de sobrevivência. No caso, o pau quebrando na luta livre, dentro de um octágono, me lembra um pouco essa disputa, essa briga, esse "quebra pau" na sociedade. É assim, sempre, e não é difícil de exemplificar: Se o seu pai tem uma empresa, e submete um homem de 28 anos, com 2 filhos, a uma carga horária de 12 horas de trabalho por dia, e lhe paga R$500,00 por isso, não é menos que um quebra-costela e um socão no nariz do trabalhador(se não for pior que isso). E o mundo Z? Rá! Que maravilha! Imagina que vc adormeceu, e 12 horas depois, quando acordou, o mundo estava infestado de zumbis! O que vc faria? Colocaria todas as suas habilidades em prática, pra garantir a própria vida. Existe mais exposição a prova de sobrevivência do que isso? Não é atoa que eu sempre sonho com o "Dia Z", hahahaha.
Creio eu que tudo que aqui escrevi, não seja muito novo pra maioria de quem for ler, é o tipo de coisa que está implicito, que sempre percebemos, afinal, eles moldam nosso comportamente, certo? Mas gosto de tocar nesse assunto, que por muitas vezes é taxado como algo normal, natural. Mas ai eu gostaria de propor a reflexão: Será que é mesmo tão normal, natural, agir assim? Busquem a razão no sentido mais puro da palavra, e tenham suas conclusões!

Um comentário:

Barão de Além Vilarinho disse...

Eu diria que a sobrevivência aglutina ideais e expectativas que podem se traduzir em; busca por felicidade. Em caçada pela autosatisfação.

Cabe lembrar que, desejar bem a quem se gosta nao deixa de se encaixar na logica de autosatisfaçao. ja que a transmissão de prazer tambem nos dá prAzer.

Sem dúvida a sensação de pertencimento consola o mortal.



Preenchidos com o medo da morte e a todo momento incapazes de derrubar as inseguranças que a vida impões de maneira absoluta somos ciscos que fortalecidos se tornam, ao sentir que são junto de outros ciscos uma densa poeira..

O pertencimento é fundamental para aliviar nossas culpas e consolar nossas frustrações. Ele afaga . Ele permite, por entre os toques da amizade e da companhia, te transformar em parte essencial do todo e em algo predisposto a ser consolado.

E disso estamos sempre a necessitar. somos frageis e sofremos ate mesmo por antecipação. felizes são as cigarras que nao sabem o que é futuro. vivem o instante e so se encontram com as femeas no momento em que o instinto as manda fapar.